Você já usou rótulos? É acostumado a classificar as pessoas em grupos e a interagir com as mesmas diante desta classificação? Você já discriminou alguém por causa destas classificações? Então esta matéria é especialmente para você.
Hoje vou começar meu texto de uma forma diferente. Em vez do meu monólogo habitual, vou colocar aqui algumas frases e vou pedir para você pensar sobre elas. Pronto? Então vamos lá: “Homem que deixa a mulher trabalhar vai ser mandado por ela.”, “Marido que deixa a esposa trabalhar é um banana”, “Ela é atriz? Então não presta. É melhor não andar com ela.”, “Mãe solteira é vagabunda.”, “Ela tá falada no bairro todo, imagina que além de pintar as as unhas agora também tingiu o cabelo.” E aí...pensou? Não viu necessidade? Totamente estranhas estas frases, não é mesmo? Ou você está achando o início deste texto sem sentido de existir ou deve estar rindo muito destas afirmativas. Pois bem, é melhor parar de rir. Aproximadamente trinta anos atrás isto era muuuito sério e muita gente foi prejudicada por causa deste tipo de preconceito. Eram “verdades” eleitas pela sociedade da época. E coitado de você se por acaso se encaixasse em um desses perfis acima ou ainda em centenas de outros considerados como "reprovados" pela sociedade ...era rotulado e massacrado. São pensamentos oriundos de mentes infelizes e preconceituosas que se espalharam como vírus por toda a Nação e destruíram lares e pessoas com esta foice afiadíssima chamada língua. Na verdade, maioria das vezes nem era intenção causar tanto mal... foram “apenas” idéias imaturas que se propagaram porque maioria dos seres humanos também são imaturos e ainda não evoluíram o suficiente para discernir o certo do errado. Muitos até se arrependem e se recordam do passado com total constrangimento, mas dái o estrago já foi, não é mesmo? Por outro lado, a evolução social daquela época foi suficiente para não levar ninguém para a fogueira. Vamos entrar na nossa máquina do tempo... iremos para...vejamos....para a Idade Média!!!! Pronto, chegamos! Nos tempos medievais, se alguém não gostasse de você, se você incomodava de alguma forma ou se destacasse de uma maneira que fugisse muito do convencional, alguém vinha com o dedo em riste e apontava a(o) nova(o) bruxa(o) da cidade. O rótulo “Bruxa(o)” era suficiente para você ser queimada(o) viva(o) e em público, após sofrer toda espécie de humilhação. Outra coisa muito séria a ser falada neste tópico é que muitos pensamentos deste tipo são inseridos como forma de manipulação em massa por governos, religiosos ou meio de comunicação. Na época do Marcatismo, por exemplo, muitos artistas, intelectuais e escritores foram rotulados de comunistas e assassinados. Na época de Jesus, Cristãos foram assassinados pela acusação de "superstição e ódio ao gênero humano" (???). E eu não poderia deixar de falar de Hitler, que rotulou e armazenou judeus, homossexuais, idosos e portadores de habilidades especiais (para quem não sabe os antigos deficientes físicos têm este nome chique agora..favor usar!) em campos de concentração, fornos e câmaras de gás. O mais interessante sobre a época de Hitler é que, apesar dele ser o grande vilão narrado nos livros de História, na época os judeus já eram vítimas de preconceito e sofriam vários tipos de abusos por vários outros países e não só da Alemanha. Eu poderia passar a semana narrando vários episódios históricos onde os rótulos dizimaram pessoas, povos e até civilizações, mas isto tornaria o texto muito extenso e cansativo para a maioria e, além disto, acho que os exemplos supra já são mais que suficientes para demonstrar onde eu queria chegar. Assim, muito cuidado ao usar frases do tipo: “Garotas que saem com muitos rapazes são vadias”, “Aquela garota tem comportamento masculino e com certeza quando crescer será lésbica.”, “Cabeleireiro é tudo gay!”, “Nenhum policial presta”, “Usuário de droga é tudo bandido e quem mora em favela também.” Se você não resistir e acabar usando frases como estas ou do gênero, lembre-se de Hitler, dos perseguidores de cristãos, dos queimadores de “bruxas” e de toda esta galera “do bem”, mas lembre-se mesmo com muito carinho, viu? Afinal, com certeza no início eles tinham idéias semelhantes as que você possui e isto faz com que vocês tenham uma certa afinidade!!! Vai um rótulo aí?
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