quarta-feira, 18 de maio de 2011

A MAIS BELA PARÁBOLA QUE JÁ LI

Nesta postagem transcrevo a mais bela parábola que já li, a qual foi extraída do livro "As mais belas parábolas de todos os tempos", organizadas  por Alexandre Rangel. Recomendo a todos este livro, o qual também é um ótimo presente. E não..não estou ganhando nada fazendo esta divulgação, exceto o prazer de dividir algo tão saudável.


Antes de tudo, o que é Parábola? Como de costume, encontrei uma ótima definição na Wikipédia: "Parábola, originária do grego parabole, significa narrativa curta ou apólogo, muitas vezes erroneamente definida também como fábula. Sua característica é ser protagonizada por seres humanos e possuir sempre uma razão moral que pode ser tanto implicita como explícita. Ao longo dos tempos vem sendo utilizada para ilustrar lições de ética por vias simbólicas ou indiretas." Então vamos lá:

O VESTIDO AZUL

Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito  bonita. Ela freqüentava a escola local. Sua mãe não tinha muito cuidado com aquela criança, que, quase sempre, apresentava-se suja. Suas roupas eram muito velhas e maltratadas.




O professor ficou penalizado com a situação da menina. "Como é que uma menina tão bonita pode vir para a escola tão mal arrumada?" - pensou. Separou algum dinheiro do seu salário e, embora com dificuldade, resolveu comprar-lhe um vestido novo. Ela ficou linda no vestido azul.




Quando a mãe viu a filha naquele lindo vestido azul, sentiu que era lamentável que sua filha, vestindo aquele traje novo, fosse tão suja para a escola. Por isso, passou a lhe dar banho todos os dias, a pentear-lhe os cabelos e a cortar-lhe as unhas.



Quando acabou a semana, o pai disse-lhe: - Mulher, você não acha uma vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more em um lugar como este, caindo aos pedaços? Que tal você ajeitar a casa? Nas horas vagas, eu vou dar uma pintura nas paredes, consertar a cerca e plantar um jardim.



Logo mais, a casa se destacava na pequena vila pela beleza das flores que enchiam o jardim e pelo cuidado com todos os detalhes. Os vizinhos ficaram envergonhados por morarem em barracos feios e resolveram também arrumar sua casas, plantar flores, usar pintura e criatividade.



Em pouco tempo, o bairro todo estava transformado. Um homem, que acompanhava os esforços e as lutas daquela gente, pensou que eles bem mereciam um auxílio das autoridades. Foi ao prefeito expor suas idéias e saiu de lá com autorização para formar uma comissão para estudar os melhoramentos que seriam necessários ao bairro.


A   rua de barro e de lama foi substituída por asfalto e calçada de pedra. Os esgotos a céu aberto foram canalizados, e o bairro ganhou ares de cidadania. E tudo começou com um vestido azul. Não era intenção daquele professor consertar toda a rua nem criar um organismo que socorresse o bairro. Ele fez o que podia, deu sua parte. Fez o primeiro movimento, que acabou fazendo com que outras pessoas se motivassem a lutar por melhorias.


Será que cada um está fazendo a sua parte no lugar em que vive? Por acaso somos daqueles que somente apontamos os buracos da rua, as crianças à solta sem escola e a violência do trânsito? Lembremo-nos de que é difícil mudar o estado total das coisas. É difícil limpar toda a rua, mas é fácil varrer a nossa calçada. É difícil reconstruir um planeta, mas é possível oferecer a alguém um vestido azul.



Nota do Ninja: Lindo este texto não é mesmo? Mas vamos ir além...suponhamos que diante da falta de dinheiro não se possa dar nem um vestido azul em determinado momento. Entretanto, há milhões de pequenos atos que não envolvem dinheiro ou material e que também podem tornar o mundo um pouco melhor: sorrir para alguém, fazer uma ligação pedindo desculpas, ignorar o mal-humor repentino do próximo, ajudar em uma tarefa difícil, ser educado no trânsito, apoiar alguém nas horas mais complicadas mesmo que não tenhamos afinidade com esta pessoa, etc. Assim, vamos somar nossas pequenas boas atitudes, em vez de ficarmos esperando um ato gigantesco da humanidade ou de Deus. E a menina do vestido azul? A guria  cresceu como todo mundo e conheceu um príncipe encantado, mas esta é uma outra história que eu coloco aqui no futuro.